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"O Monte Análogo" - René Daumal - horus editora
O BHAGAVAD GITA - Um Guia Passo a Passo para Ocidentais


Jack Hawley – 248 páginas – R$ 62,00
ISBN 978-85-86204-12-8

“Um livro louvável. O autor ‘nos guia passo a passo’ dentro dessa escritura clássica do hinduísmo numa prosa fluida que se lê tão facilmente quanto um conto infantil.”
- THE NEW TIMES

(leia um trecho)


O BHAGAVAD GITA foi considerado a maior contribuição da Índia para o mundo. Durante mais de cinco mil anos, esta grande escritura mostrou a milhões de orientais como preencher a vida com serenidade e amor. Nestas páginas, Jack Hawley traz esses antigos segredos para os buscadores ocidentais numa bela versão em prosa que torna a história do Gita clara e excitante, e apresenta suas verdades compreensíveis e fáceis de aplicar em nossa vida atribulada.

O Gita é uma canção universal de amor cantada por Deus para Seu amigo o homem. Ele não pode ser confinado por qualquer credo. É uma declaração das verdades no âmago do que todos nós já acreditamos, só que torna essas verdades mais claras, podendo assim tornar-se imediatamente utilizáveis em nossa vida diária. Essas verdades são para nosso coração, não só para nossa cabeça.

O Gita é mais do que simplesmente um livro, mais do que meras palavras ou conceitos. Existe nele uma potencialidade acumulada. Ler o Gita é ser inspirado no verdadeiro sentido do termo, inalar a antiga e sempre nova energia espiritual.

Resenhas sobre O Bhagavad Gita:
Um Guia Passo a Passo para Ocidentais:

“Uma tradução muito encantadora. Os termos do Senhor Krishna foram todos apresentados fielmente pelo autor... com profundo conhecimento e insights. O autor compreendeu minuciosamente esse clássico (espiritual) universal.”
- THE HINDU, O principal jornal diário da Índia.

“Uma cativante e esclarecedora versão de uma das mais elevadas fontes de ensinamento espiritual no mundo, [esse livro] expande as possibilidades de transmitir sua sabedoria mais além, ao mundo ocidental, à medida que um maior número de pessoas poderá ser capaz de prontamente compreender sua mensagem.”
- Spirit of Change

“Trabalhando sob a premissa de que ‘deveria haver um estilo verdadeiramente diferente do Gita’, o consultor organizacional Hawley criou esta versão em prosa para falar de maneira nova aos ocidentais. A interpretação de Hawley consegue atingir seu objetivo de oferecer ‘clareza e fluidez’ ao famoso poema indiano. Hawley escreve mais como um discípulo do que como um erudito, emprestando uma autenticidade devocional ao texto.”
- Publishers Weekly

“Esta composição, que resultou de pesquisa muito bem-feita, permanece fiel às filosofias do Vedanta que foram escritas pela primeira vez há mais de dois milênios, oferecendo, ao mesmo tempo, um texto facilmente navegável que permanecerá vivo e interessante para ocidentais por muito tempo ainda no futuro.”
- Institute of Noetic Sciences Review

“O Bhagavad Gita é único dentre as grandes Escrituras do mundo, à medida que seu apelo transcende as barreiras de tempo e de espaço... O guia passo a passo do dr. Jack Hawley não é uma mera tradução; trata-se de uma sincera apresentação sadhak (do buscador) da mensagem do Gita de uma maneira simples mas perspicaz, de tal forma que sua mensagem perene chega aos lares dos leitores ocidentais. Ninguém pode ‘passar’ por este livro sem adquirir uma profunda visão desses princípios eternos oferecidos a toda a humanidade.”
- V. K. Narasimhan, jornalista e vencedor do prêmio Ramnath Goenka de Excelência em Jornalismo, na Índia;

“Ler este livro tem sido uma ativação da alma, um passeio carregado de tesouros. A filosofia oriental é transmitida de maneira lúcida, mas profunda, para a pragmática geração atual de leitores no Ocidente, assim como em todos os países.”
- Venkatesh Varan, consultor de negócios;

“O dr. Jack Hawley escreveu essa tradução concisa com todo o seu coração e toda a sua mente evidentemente imersos nesses ensinamentos atemporais, práticos, não sectários... Ele preservou lindamente o significado e o intento dos versos em uma linguagem simples, fácil de ler e compreensível. Jack tem um bom entendimento mesmo das passagens mais difíceis. Este é, de fato, um Bhagavad Gita merecedor de confiança e respeito.”
- Ram Prasad, diretor executivo, American Gita Society

“Eu flutuei através dele... Ele preencheu, completou toda uma imagem para mim, onde eu antes só enxergava ‘bits’ e fragmentos.”
- J. Narain, vice-reitor de universidade

“Ele não é enigmático demais, nem elaborado demais, mas atinge um equilíbrio preciso. Não há nenhuma sentença sobrando ou faltando. O amplo e penetrante capítulo sobre meditação é simplesmente perfeito.”
- S. M. Nanjundaya, administrador universitário

“Esta versão do Gita vai prender o interesse do leitor desde a primeira até a última página.”
- Anil Kumar, professor universitário

“Estupendo. [Jack Hawley] realizou um trabalho maravilhoso.”
- S. Raghavan, editor e conferencista internacional sobre O Bhagavad Gita

“Um grande livro que, à medida que eu o lia, influenciou verdadeiramente minha consciência nos últimos dias. Obrigado, Jack Hawley, por trazer essa mensagem mais poderosamente à minha vida. Há magia nela.”
- Glenn Hovemann, editor, Dawn Publications

Jack Hawley

Jack HawleyJack Hawley, Ph.D., mora, estuda e faz conferências durante metade de cada ano em um ashram na zona rural do sul da Índia, onde os valores do Gita estão muito vivos. Quando não está na Índia, ele leva essas ideias antigas, embora atuais, a líderes e organizações no Ocidente.

Seus livros incluem o clássico Bhagavad Gita: Um Guia Passo a Passo para Ocidentais; Sabedoria Essencial do Bhagavad Gita; e Despertando o Espírito no Trabalho: o Poder da Administração Dhármica.


TRECHO DO LIVRO

BHAGAVAD GITA

Ler o Bhagavad Gita é oscilar suavemente entre a cabeça e o coração, entre o terreno e o espiritual, tornar-se flexível entre obter conhecimento e aplicá-lo no mundo real de hoje. Nessa oscilação de humanidade para divindade está o segredo do poder secreto penetrante do Gita, sua habilidade de nos erguer e mover.

O ano é 3141 a.C. Arjuna, um estimado príncipe guerreiro no auge de seus poderes, o maior homem de ação de seu tempo, está se preparando para guerrear. É uma luta justa para recuperar um reino que é seu por direito. Por toda a sua vida ele foi um corajoso e bem-sucedido realizador, reconhecido por suas proezas em combates. Mas agora, às vésperas do maior conflito de sua carreira, algo diferente acontece. Suas mãos começam a tremer.

Arjuna está em sua magnífica carruagem de guerra puxada por quatro corcéis brancos. O condutor da carruagem, melhor amigo de Arjuna desde a infância, é Krishna, um Avatar, uma encarnação da Divindade na Terra. Arjuna, que não compreendia realmente a Divindade de Krishna, indicou-lhe que dirigisse a carruagem até o centro da planície onde a grande batalha deveria logo começar. Os exércitos oponentes reuniram-se cada um de um lado.

É uma cena épica: duas figuras isoladas estacionadas entre as legiões de bons e maus; massas de soldados, tendas, caldeirões de fogo, cavalos relinchando, bandeiras estalando na brisa do início da tarde; o alvoroço, os ruídos e odores prévios à batalha preenchem o ar.

Os olhos de Arjuna esquadrinham as forças opostas, detendo-se em velhos amigos, venerados tios, professores que lhe ensinaram as habilidades guerreiras. Todos estão bravamente se aprontando para a mútua matança. Ele entra em crise, respira pesadamente e olha intrigado para Krishna.

Lendo o Gita, começamos a compreender melhor a vida como uma batalha interior, uma luta para a mente, o coração, o corpo e o espírito. E, não se engane, é uma luta até a morte. Aprendemos que nossos reais inimigos não estão fora, mas dentro de nós: nossos próprios desejos, ira e cobiça. É isso que deixa tudo tão difícil. Esses arqui-inimigos uniram suas forças tão poderosamente que ficaram praticamente imbatíveis. Estamos perdendo.

O Gita audaciosamente declara que a espiritualidade é a única solução vitoriosa. Volte-se para o interior de si mesmo, para isso que nos dirige, e para cima. Não procure nada além do Verdadeiro Eu Interior.

Sentado em sua carruagem, no meio do campo de batalha, o abatido Príncipe Arjuna, com sua voz quase inaudível, pergunta: “Por que estou fazendo isso, Krishna? A vida é tão cruel, tão exigente. Eu não sei se ainda tenho coração para lutar”. Seus olhos se enchem de lágrimas, seus joelhos amolecem e ele afunda no banco de seu veículo. “Amado amigo”, ele diz, “me diga, por favor – para que isso tudo?”

Como a água que se infiltra lentamente na terra e dela sai fresca e pura, importantes ideias que atravessam as areias do tempo são eventualmente esfregadas até ficarem limpas e emergem como pura verdade. Embora estabelecidas de diferentes maneiras, em tempos diferentes, por diferentes pessoas em todo o mundo, essas verdades tornaram-se conhecidas pela humanidade por séculos, por milênios. Embora todas as raças e eras possam ter suas próprias concepções de Deus, em todas elas há Deus, e Verdade, e Bondade. Todas as religiões superiores e sistemas filosóficos estão em quase completa concordância com esses fundamentos.

O Bhagavad Gita é uma das primeiras, mais claras e mais abrangentes declarações dessas verdades perenes. No Gita, o Divino vem a Seu amigo homem no meio de uma guerra perversa e, cuidadosamente, expõe as leis e princípios que governam a vida humana.

Vemos Arjuna no campo de batalha, esse impressionante guerreiro, curvado, oprimido, seus olhos brilhando, suplicando pelo significado da vida. Krishna, completamente calmo, responde com vigor: “Oh, você realmente quer saber?”. Com isso, ele usa os próximos vinte minutos para lhe transmitir a resposta – diretamente da Fonte

Os dezoito capítulos do Gita podem ser divididos em três grupos. Os primeiros seis capítulos concentram-se principalmente em conhecer o Verdadeiro Eu e, simultaneamente, na necessidade de realizar nossos deveres terrenos efetivamente para o bem da sociedade. Os próximos seis concentram-se na verdadeira natureza da Divindade, e o grande amor por Ela que brota por conhecê-La intimamente. Os seis finais oferecem conhecimento e sabedoria particulares para alcançar o verdadeiro propósito da existência, que é liberar-nos da dor e da tristeza inevitáveis que a vida compartilha conosco e, finalmente, unir-se àquela Divindade, a própria Divindade.

Essas ideias são todas de tamanho e poder extraordinários, com numerosas sutilezas e matizes de pensamento. Krishna apresenta cada uma dessas ideias formidáveis gradualmente, uma a uma, capítulo por capítulo, até que o quadro torna-se claro por inteiro.

Imagine! Um homem com quem todos nós podemos nos identificar está em sérias dificuldades, numa encruzilhada, colocado de joelhos pelas grandes pressões e complexidades da vida, trêmulo, estendendo as mãos. E seu melhor amigo, uma encarnação de Deus, pega sua mão e o conduz à resposta – explicando passo a passo os mais profundos segredos de todos os tempos.

Caminhar através do Gita pode não ser livre de solavancos. Algumas palavras são impronunciáveis e algumas das ideias são tão novas para nós, ou tão diferentes para a nossa cultura ocidental, que elas podem nos escapar, ou pior, ser rejeitadas. A ideia de Atma, por exemplo, que é a Divindade em nós, pode parecer estranha para um ocidental (“eu, Deus?”) até que Atma é compreendido como uma versão da alma. As ideias de desapego e entrega são anátemas para a maioria dos ocidentais. Para alguns, o conceito de Avatar (um Deus corporificado) é impensável; para outros, ela é aceitável somente se for deles a ideia de Deus que habita um corpo.

No começo da história, a maioria dos leitores concorda com os sentimentos de Arjuna contrários à guerra, ficando consternados quando Krishna, parecendo justificar a guerra, lhe diz para ir e lutar! O choque diminui à medida que nós gradualmente aprendemos que não é uma questão de ser a favor ou contra a guerra, ou mesmo uma questão de matar ou ser morto, mas uma questão de viver por nossa verdade interior e realizar o nosso dever. Temos que manter em nossa lembrança que a batalha é metafórica, que a guerra está sendo lutada dentro de cada um de nós, e continuará sendo, durante as nossas vidas.

Não deixa de haver outros solavancos. Muitas das palavras no sânscrito original têm significados múltiplos (karma, por exemplo) e alguns dos conceitos podem não parecer estar na moda em nossos dias (sacrifício, dever e pureza, por exemplo). Provavelmente haverá outros.

A questão está em tentar não se desligar ou rejeitar nada no Gita muito cedo. Essas verdades sobreviveram às areias do tempo; o que permanece é supreendentemente puro e prático. Este é um trabalho poderoso, repleto de Verdade, Verdade que não se pode intelectualizar.

Você deve ler o Gita através de seu coração. É a sua disposição, seu estado de espírito enquanto lê, que suaviza seu caminho através dessa antiga escritura. Procure estar tão receptivo quanto possível. Coloque a intranquilidade e o ceticismo na prateleira por um tempo. Tente suspender julgamentos precipitados e seja mais paciente com o uso não familiar de palavras familiares. Permita que novas concepções de unidade e Divindade penetrem e permitam que você se expanda para novas maneiras de pensar e de ser. Leia-o atentamente e esteja preparado para fazer paradas para contemplação ao longo do caminho. Deixe-o aprofundar-se em você. Há uma grande magia em ler dessa maneira.

A magia reside na atitude, como um todo, do leitor. Essa disposição de aceitação é precisamente como o Gita nos exorta viver nossas vidas. Esse é o inestimável estado mental que traz uma vida mais feliz! Quando somos penetrados por esses antigos ensinamentos com esse espírito, sua elevada mensagem infiltra-se em nosso ser, instigando e penetrando cada pensamento e cada ato. Ele se torna parte de nós, e nós dele. Então o processo de ler o Gita se torna uma efetiva experiência das profundas verdades que ele traz. Ler assim é ser ele!

O Gita, afinal, não é teologia ou religião - ele é poesia. Ele é uma canção de amor universal cantada por Deus para o Seu amigo homem. Ele não pode ser confinado por nenhum credo. É uma afirmação das verdades no âmago daquilo que já acreditamos, ele apenas torna essas verdades mais claras, dessa maneira elas se tornam imediatamente utilizáveis em nossa vida diária. Essas verdades são para o nosso coração, não apenas para nossa cabeça.

O Gita é mais que apenas um livro, mais que meras palavras ou conceitos. Há uma potência acumulada nele. Ler o Gita é estar inspirado no verdadeiro sentido do termo: ficar “espiritualizado”, inalar o antigo, e sempre novo, sopro de energia espiritual.

Agora nós também estamos lá, naquele campo de batalha, de muito tempo atrás, embora estranhamente atual, testemunhas dos grandiosos ensinamentos de Krishna. Também estamos lá, sendo introduzidos aos segredos. Assistimos e ouvimos enquanto o Próprio Deus, oscilando sem dificuldade entre o êxtase e a praticidade, transmite os mais absolutamente profundos e importantes ensinamentos. Nós também estamos caminhando através das respostas precisas, amorosas, de Deus às mais angustiantes e importantes questões da humanidade nos dias de hoje.